Como te roguei, quando parti para a
macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem
outra doutrina,
Nem se dêem a fábulas ou a
genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de
Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.
Ora, o fim do mandamento é o amor
de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
Do que, desviando-se alguns, se
entregaram a vãs contendas;
Querendo ser mestres da lei, e não
entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.
Sabemos, porém, que a lei é boa, se
alguém dela usa legitimamente;
Sabendo isto, que a lei não é feita
para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores,
para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os
homicidas,
Para os devassos, para os
sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros,
e para o que for contrário à sã doutrina,
Conforme o evangelho da glória de
Deus bem-aventurado, que me foi confiado.
Paulo
também cuidava das Igrejas pelas quais era responsável. Na realidade, ao
alistar seus sofrimentos pela causa de Cristo em 2 Coríntios 11:22-28 São hebreus? também eu. São israelitas? também eu.
São descendência de Abraão? também eu. São ministros de Cristo? (falo como fora
de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles;
em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus
cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma
vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no
abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores,
em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em
perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em
trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas
vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o
cuidado de todas as igrejas.
Paulo
conclui a lista que “além das coisas
exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as
Igrejas” (V.28) Como veremos mais adiante, a Igreja de Éfeso era uma das
causavam grande preocupação a Paulo, tanto que ele incumbiu Timóteo de
continuar o que ele havia começado. Agora, ele está instruindo Timóteo a também
cuidar e vigiar. Conheceremos melhor os estágios que levaram ao surgimento da igreja
de Éfeso:
Estagio
1: Paulo pregou uma vez em Éfeso, deixando ali Áquila e Priscila com a
incumbência de começar uma igreja.(Atos 18.19)
Estagio
2:
Paulo voltou a Éfeso, onde permaneceu durante alguns anos pregando e
ministrando a um grupo de crentes (Atos 19).
Estagio
3:
Quando Paulo foi a Mileto, antes de partir para Jerusalém ele se reuniu com os
lideres da igreja de Éfeso para preveni-los contra os falsos mestres (Atos
20.17-38)
Estagio
4:
Paulo escreveu a Carta aos Efésios quando estava na prisão em Roma (entre 60 e 62 d.c)
Estagio 5: Paulo e Timóteo foram a Éfeso
para prevenir os crentes contra as falsas doutrinas e a impiedade (Timóteo
1.3).
Estagio
6:
Paulo deixou Timóteo em Éfeso para dar continuidade ao ministério (1 Timóteo
1.3)
Estagio
7: Paulo
escreveu a carta de 1 Timóteo (entre 62 e 64 d.c) para exortar e encorajar
Timóteo no ministério 1Timóteo 3.14-15)
Embora este seja um relato bastante
sucinto de fatos que ocorreram ao longo de seis a oito anos, período de tempos
em que a importante e vibrante igreja de Éfeso se firmou, creio que isso pode
nos ajudar a formar o contexto histórico para nosso estudo de 1 Timóteo. Agora,
vejamos o que podemos aprender sobre cuidar e vigiar com as instruções de Paulo
a Timóteo, nosso companheiro de sentinela.
1.
O
que Paulo instruiu Timóteo a fazer enquanto ele estava ausente (v.3).
“Te roguei permanecesses ainda em Éfeso para
admoestares a certas pessoas a fim de que não ensinem outra doutrina”.
●Doutrina que foi ensinado.
2. Compare os resultados das falsas doutrinas e da
sã doutrina (v.4)
●A falsa doutrina produz a
impiedade, nociva e perigosa, mas a verdadeira doutrina, a sã doutrina, produz
o admirável atributo da piedade na vida da igreja e na vida de seus fieis.
Sã doutrina
● Edificação piedosa - a sã doutrina promove a obra de Deus
● Bons frutos – a sã doutrina procede de um coração puro (v.5)
Neste versículo 4 os mitos e as
genealogias eram provavelmente ensinamentos gnósticos. O Gnósticismo tinha dois
extremos: ascetismo, como em 1 Timóteo
4.3 “São líderes que proíbem o casamento e ordenam a abstinência de alimentos
que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e
estão bem firmados na verdade.” E licenciosidade antinomiana, como o texto
insinua.
O que é?
Gnósticismo:
substantivo
masculino, 1.movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico,
desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do cristianismo
institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica. 2.p.ext.
qualquer conhecimento místico das verdades divinas e transcendentes que se
referem à condição espiritual do ser humano.
Origens: Embora
muitos tenham tentado atribuir ao gnosticismo origens persas, gregas ou
egípcias, atualmente aceita-se que o movimento surgiu em um ambiente judaico
cristão. Isto não nega a presença de prováveis elementos pré-cristãos no
gnosticismo. No entanto, a síntese peculiar de ideias que deram origem ao
“Grande Gnóstico” parece ter ocorrido no final do século 1 ou no inicio do
século II d.c. É evidente que o movimento teve inicio em um ambiente
hebraico-cristão, provavelmente na Síria-Palestina, por causa do grande número
de nomes, expressões e ideias semitas que aparecem nos primeiros trabalhos
gnósticos, tais como o Apocrifo de João, o Evangelho de Tomê, o Evangelho de
Felipe, e presença de ideias cristãs distintas, tais como os sacramentos,
Cristo o Redentor, e o apelo às Escrituras do Novo Testamento.
Ascetismo: substantivo masculino 1. doutrina de pensamento ou de fé que
considera a ascese, isto
é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho
imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude. 2. o conjunto
de práticas, evitações e comportamentos condicionados por esta doutrina.
licenciosidade
antinomiana:
antinomismo (gr. Anti, que significa sem, contrario a, gr. Nomos, que significa
lei, regra) ou seja, eles adotaram uma vida sem regra, sem lei. O Apostolo João
rebateu os ensinamentos dos gnósticos. Quanto á licenciosidade (de quem age
indisciplinada e desregradamente) , a palavra grega adikia, como pecado como
ato de injustiça, o Novo Testamento recomenda uma vida de santidade e de
justiça: “Se sabeis que ele é justo,
sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele” (1 João 2.29)
3.
Os versículos de 3 a 7 e descreva as
características dos falsos mestres.
Eles ensinavam (v.3) doutrina
Eles se ocupavam (v.4) Fabulas e genealogias
Eles promoviam (v.4)discussões
Eles desviaram (v.6) algumas pessoas destas coisas, perderam-se loquacidade frívola.
Eles pretendiam ser (V.7) passar por mestres da lei
Eles não compreendiam (v.7) o que dizem nem os assuntos sobre os quais
fazem ousadas asseverações.
4. Os falsos mestres de Éfeso interpretavam de maneira
inadequada o uso legitimo da lei na Igreja. Paulo dispõe-se a esclarecer seus
benefícios – a lei não é destinada aos bons ou aos justos(v.9), mas aos
injustos (v.9-10), para mostrar-lhes seus pecados e leva-los a Deus. O que
Gálatas 3.24 diz a respeito do proposito da lei?
1 Timóteo 1:9,10
Sabendo
isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados,
para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas
e matricidas, para os homicidas,
Para os devassos, para
os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os
perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina,
O que é?
Parricida: é
o termo empregado para conceituar o individuo que comete assassinato do pai.
Matricida: É
a palavra que denomina o individuo que comete homicídio contra a sua própria mãe.
“A
lei não condena um homem justo”. A expressão é uma negativa relativa, para ser
compreendida dentro do contexto. Não significa que a lei não tenha relação com
o justo, para ele, é uma regra justa à qual obedece alegremente, no espirito. O
catalogo de pecados aqui apresentados não é a mesma lista dada em outra passagem.
Provavelmente esta se referia a problemas em Éfeso.
Gálatas
3.24
De maneira que a lei nos serviu de aio, para
nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.
A dispensação lei foi um período de
disciplina, lei servindo de aio(não mestre, na verdade, apenas um ajudante do
mestre, geralmente um escravo cuja tarefa era a de garantir a chegada da
criança à escola de segurança). Cristo é o verdadeiro mestre, que nós toma pela
a mão e nos mostra o caminho de Deus em termos de graça. “Uma opinião mesquinha
sobre a lei leva ao legalismo na religião; uma opinião elevada leva o homem a
buscar a graça”. (J. Gresham Machem)
O bom mestre de Cristo
Ele
não perde tempo com fabulas e genealogias
Ele
promove o crescimento do corpo de Cristo com a palavra
Ele
ensina com amor
Ele
ensina com consciência
Ele
ensina com fé e sem hipocrisia
Ele
segue o evangelho da Gloria de Deus.