Levíticos 23.5 “a Páscoa do SENHOR,
que se inicia ao entardecer do décimo quinto dia do primeiro mês do ano.”
1 Coríntios 5.7 “Livrai-vos do
fermento velho, a fim de que sejais massa nova e sem fermento, assim como
certamente, sois. Porquanto Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi sacrificado.”
Para entender o que é a verdadeira pascoa,
precisamos observar algumas informações devidas. O calendário bíblico começa
com o mês primaveril de nissan (ou abib), No dia 14 desse primeiro mês, ao entardecer,
começa a Páscoa judaica, quando eram mortos os cordeiros. Em Êxodo 12, Deus deu
instruções detalhadas através de Moisés sobre tudo que deveria ser feito na
noite em que o anjo destruidor passasse pelo Egito.
Em primeiro lugar, Moisés ordenou que
no décimo dia do primeiro mês toda família israelita deveria tomar para si um
cordeiro ou um cabrito, macho de um ano, sem defeito (Êxodo 12.3-6). Essa
ordenança aparentemente secundária teve cumprimento maravilhoso e
impressionante em Jesus, que tornou-se, o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo: Jesus foi a Jerusalém antes da
Páscoa com a intenção declarada de sofrer e remover, depois de ter ficado algum
tempo em um lugar retirado, evitando a prisão ordenada pelos principais
sacerdotes e fariseus (João 11.54). Seis dias antes da Páscoa, Ele chegou a
Betânia (Jo 12.1), próxima a Jerusalém. No primeiro dia da semana (Domingo de
Ramos), Ele entrou publicamente na cidade e no templo acompanhado dos brados de
júbilo dos discípulos e do povo (João 12.12). Ele veio a Jerusalém
conscientemente para sofrer e morrer, e a respeito disso havia falado com Seus
discípulos em diversas oportunidades, mas eles não conseguiram entende-lo. Na
minha opinião, esse foi o décimo dia do primeiro mês, quando o cordeiro pascal
tinha de ser separado. Jesus igualmente separou-se e recolheu-se, preparando-se
para Sua última jornada, de sofrimento e morte, como aconteceu com o cordeiro
no Egito, que antes de ser sacrificado foi separado por quatro dias (Êxodo
12.6).
Mais um aspecto da vida e do
ministério de Jesus mostra os quatro dias de recolhimento de Jesus que
antecederam sua morte: conforme o Evangelho de João, o ministério público de
Jesus, desde a prisão de João Batista até sua crucificação, durou
aproximadamente três anos e meio (Três festas da Páscoa são mencionadas, a uma
quarta são feitas apenas referências). O batismo no Jordão, quando João Batista
disse de Jesus: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João
1.29), deve ter ocorrido algum tempo antes. Assim, parecem ter transcorrido
aproximadamente quatro anos entre esse acontecimento e a morte de Jesus, o que
– e em sentido figurado – seria mais um cumprimento dos quatro dias de espera
para a imolação do cordeiro pascal. A perfeição do cordeiro pascal (Êxodo 12.5)
também aponta para a vida imaculada de Jesus, que podia dizer: “Quem dentre vós
me convence de pecado?” (João 8.46).
A entrega de Jesus para ser
sacrificado é descrita em João 19.14-16. Lemos no versículo 14: “E era a preparação pascal, cerca da hora
sexta ...” Tudo aconteceu nesse dia, embora os principais sacerdotes e
anciãos do povo tentassem evitar a coincidência com a festa (Mt 26. 4-5). A
pressa com a que o processo e a execução aconteceram, mostra como se procurou
resolver a questão rapidamente, porque a importante festa estava próxima. Jesus
ficou dependurado na cruz por seis horas, das nove horas da manhã às três horas
da tarde os cordeiros pascais começavam a ser sacrificados, e eles somente
podiam ser mortos no templo porque o sangue devia ser colocado sobre o altar
(Dt 16.5-7). Como tinham de ser mortos milhares de animais, era necessário
começar às três horas da tarde. A exatidão do cumprimento do insistência: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo”.
Agora
quero falar sobre o elemento mais importante que acompanha o cordeiro pascal.
1)
O sangue e sua eficácia
Êxodo 12.13 “O
sangue, porém, será para vós um sinal nas casas em que estiverdes: quando Eu
vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não vos atingirá quando
Eu ferir o Egito.”
● No Egito foi o sangue, que devia ser passado na
ombreiras e na verga das portas das casas. O sangue era o sinal para o Senhor:
Da palavra “passarei”, em hebraico “pesach”, vem o nome “Páscoa”! Para os
israelitas o sinal do sangue foi sua salvação.
● E o sangue de Jesus tornou-se o sinal da salvação
para nós que cremos nEle
● Seu sangue mostra: aqui já houve julgamento. O castigo
que nos traz a paz estava sobre Ele (Isaias 53.5).
2) O sangue e
sua segurança
Êxodo 12.22
“Tomai alguns ramos de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia, e
marcai a travessa da porta e suas colunas laterais com o sangue que estiver na
bacia; nenhum de vós saia da porta de casa até pela manhã.”
● Os israelitas estavam seguros somente atrás das
ombreiras e da verga da porta aspergidas com o sangue – e assim também nós
estamos seguros somente em Jesus, somente estamos protegidos se permanecermos
Nele.
● Por isso, antes da crucificação, em João 15, Jesus
falou de maneira tão insistente da necessidade de permanecer nEle! Permanecer
nEle significa, acima de tudo, atender ao que Ele ordena. Do mesmo modo, os
israelitas deviam acreditar em Moisés e fazer o que ele havia mandado, para
serem salvos da perdição.
3) De que
maneira devemos estar prontos
Êxodo 12.11 “Ao
comer, estai prontos para partir: cinto atado, sandálias nos pés e cajado na
mão. Comereis às pressas: é a Páscoa do SENHOR!”
● Também nós crentes em Jesus devemos assumir um
posicionamento espiritual semelhante ao dos judeus prontos para partir, como
está escrito Hebreus 13.14 Pois não
temos na terra nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.
● Mais
adiantes, a Epistola aos Hebreus (11.10-16) diz que os crentes, como peregrinos
na terra, estão a caminho de uma pátria superior. Também nós devemos nos
apressar, estar sempre prontos para partir, revestidos de toda armadura de
Deus, que Paulo descreve Efésios 6.13-17: cingidos com a verdade, o pés
calçados com a preparação do evangelho da paz, tendo na mão a espada do
espirito, que é a palavra de Deus.
Se nós
olharmos para Pascoa apenas com o mesmo sentido comercial e distorcido que o
mundo prega nunca iremos olhar para o sangue do cordeiro que tira o pecado do
mundo, os elementos fundamentais da verdadeira Páscoa é o cordeiro, o sangue e
o pão sem fermento. Olhe agora você para o sangue deste cordeiro e deixe que
ele passa nas vossas ombreiras e sejam ocultados por seu sangue e assim
obtenham o favor da salvação.
Fonte: Livro As Festas Judaicas Editora Actual Edições autor Fredi Winkler