Gênesis 49.3-4 “Rúben, tu és meu
primogênito, minha força e as primícias do meu vigor, o mais excelente em
poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porque subiste ao
leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama.” Jacó (ou Israel)
teve filhos de suas quatro mulheres (Lia, Raquel, Bila e Zilpa). As duas
últimas eram concubinas ou esposas secundárias. O filho mais velho chamava-se
Rúben e nasceu de Lia. Pouco depois da morte de Raquel, a família morou por
algum tempo num lugar próximo à torre de Éder. Ali, cerca de 1.800 anos antes
de Cristo, Jacó teve um aborrecimento maior do que a recente viuvez. Ele ficou
sabendo que o primogênito – o primeiro fruto do seu vigor e o mais orgulhoso e
o mais forte de seus doze filhos homens. Havia se deitado com Bila, mãe de seus
irmãos Dã e Naftali, embora ele tenha feito tudo às escondidas.
1ª O tempo não apaga o erro.
Genesis 47.28 “Jacó viveu na terra do
Egito dezessete anos; de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram
cento e quarenta e sete.”
Anos mais tarde, quando Rúben já era casado e pai de
quatro filhos, quando a família toda já tinha 17 anos de residência no Egito e
quando Jacó estava com 147 anos, o doloroso adultério de Rúben foi trazido à
tona numa reunião de família, na véspera da morte do patriarca.
2ª O pecado revelado sempre constrange.
As três esposas ainda vivas, os doze
filhos homens, a filha Diná e os netos de Jacó – todos ouviram o discurso
acusatório do marido, pai e avô “[Rúben], você subiu à cama de seu pai, ao meu
leito, e o desonrou”. A situação foi bastante constrangedora para todos os
presentes, especialmente para Rúben (o faltoso), Lia (Mãe do faltoso), Simeão,
Levi, Judá, Issacar e Zebulon (irmãos do faltoso) e Bila (a faltosa).
3ª O pecado escondido sempre tem
conseguissias.
O mais impressionante é que o crime
de Rúben saiu do âmbito familiar e foi para o grande público. Cerca de 1.300
anos, depois do incidente, Esdras ou outro autor dos livros de Crônicas,
escritos logo após a libertação dos exilados da Babilônia, no ano 538 A.C.,
registra o incesto: “[Rúben] de fato era o filho mais velho [de Israel], mas,
por ter desonrado oleito de seu pai, seus direitos de filho mais velho foram
dados aos filhos de José (1 Crônicas 5.1).
As conseqüências eliminaram o seu
direito de primogenitura e toda qualquer dignidade e majestade que tenha tido;
sua tribo recebeu pouco destaque na historia israelita e não produziu sequer um
juiz, um profeta ou outra pessoa importante. Moisés orou em favor dessa tribo
para que não se extinguisse (Deuteronômio 33.6)
“Impetuoso como água” significa “fervente” e mostra instabilidade.
Conclusão
Moisés foi perdoado, Davi foi
perdoado, Pedro foi perdoado. Todavia todo mundo que Moisés matou o egípcio (Êxodo
2.11-15) e que Davi adulterou co Bate-Seba (2 Samuel 11.1-5) e que Pedro negou
três vezes o Senhor Jesus (Mateus 26.69-75).
O pecado confessado é riscado da
memória divina e a certeza do perdão deve riscá-lo da memória do pecador.
Porém, nem sempre o pecado é riscado da memória coletiva, da memória histórica.
Ev. Leandro Ricardo Ribeiro Dos Santos Souza.